sábado, 26 de maio de 2012

O Renascimento


O renascimento foi uma época de evolução de mentalidade, foi o período de transição entre a idade média e a Idade Moderna.

Essa mudança substanciou-se nos factos:
- passagem do pensamento teocêntrico (religião no centro) para o antropocêntrico (homem no centro das atenções) o que levou a um maior racionalismo que teve como consequência um maior sentido crítico.
Ao mesmo tempo que havia cada vez mais uma curiosidade e vontade de saber, as pessoas queriam saber mais sobre o mundo em que viviam, a investigação científica que levou a descobertas que são hoje consideradas bases do conhecimento. Nas artes o gosto pela representação dos homens/quotidiano/paisagem.
Surge uma conceção mais pragmática(basear-se no valor prático) e profana (independente da religião) Humanismo - movimento renascentista que se interessa essencialmente pelo homem. Apoiou-se na cultura clássica que redescobriu e reinterpetou.
Individualismo -

Os factores que ajudam a explicar o porquê da GRANDE transformação:


  • Mundo feudal passa para um mundo urbano
  •  Abertura comercial no Mediterrâneo
  • Grandes intercâmbios culturais/quebra-se o isolamento europeu
  • Comércio à escala mundial - motor de desenvolvimento interno sustentáculo económico das cidades europeias ate XVIII
Como sabem os os descobrimentos trouxeram imensas vantagens para as cidades europeias como: A verdadeira noção do tamanho e forma do planeta terrestre, o comércio a escala mundial, intercâmbios culturais ou seja trocas de saberes que levaram à elaboração de novos saberes e o tal sentido crítico aos  conhecimentos teóricos da Idade Média começa a aparecer e como o que se conhecia era tudo muito teórico, as pessoas começam a tentar descobrir por experiências práticas de modo a ter provas do seu conhecimento.

Itália...Onde tutto comincia!


Foi na Itália que o movimento renascentista começou, na altura a Itália era dividida por reinos/ducados
situava-se num sítio privilegiado (centro do mediterrâneo) e a evolução das actividades financeiras, mercantis e artesanais estava em avanço ao resto da Europa.

Portanto a Itália tinha umas tantas circunstâncias favoráveis em relação ao resto da Europa, ei-las:
- Não estava organizada em reinos ou senhorios feudais mas sim em repúblicas oligárquicas  mais abertas e ecléticas social e culturalmente.

- Situação económica privilegiada que era devida ao desenvolvimento agroartesanal, o comércio internacional (lá está a ajuda da sua  privilegiada localização) e lucrativas actividades financeiras

- Sistema social flexível: fácil ascensão da burguesia

- Redescoberta da cultura clássica, ora Itália tinha sido o berço dos Romanos.


A burguesia impunha-se como elite, as famílias mais poderosas regiam a sua cidade como ex. os Médicis em Florença. Criavam o seu próprio estilo de vida para o qual contribuíram o trabalho, riquesa, luxo e formação intelectual, literária e artística. Lutavam contra a aristrocacia e praticavam o mecenatismo (patrocínio/protecçao da produção intelectual/artística/científica/literária)

Os artistas do renascimento assumem-se como intelectuais, abandonam a arte gótica e empregam o seu génio com valor conceptual e técnico, criando e aplicando novas regras, cânones e temas para expressar a sua arte. O reconhecimento popular do artista como uma entidade criadora elevou o seu estatudo social.

Giorgio Vasari - historiador do séc. XVI

A arte renascentista - A arte racional e científica

Portanto como já sabemos no renascimento a arte clássica foi redescobrida logo a arte renascentista vai seguir as pisadas desta, vai ser uma arte de imitação intelectualizada e tecnicista da natureza.

O otimismo e expansionismo deu lugar a um período instável  a Reforma protestatante -  enorme cisão entre os cristãos.
Que consequências teve esse período? Bem parece que houve guerras e lutas religiosas que separaram as nações, instalaram as conhecidas perseguições e desestabilizaram a economia que até ao momento encontrava-se em evolução. 

A liberdade intelectual sofreu censura e controlos ideológicos.

A arte deixou de ser formal e com um rigor lógico para pelos seus perfeccionismos, explorar os sentimentos e a sensualidade, pelo indivídualismo estilístico e decorativismo. Chegara a época do(s) Maneirismo(s) - período de transição que evoluirá para o Barroco.

O palácio, habitação das elites

Como já se sabe o Renascimento foi uma época onde a vida centra-se nas cidades. Os nobres que viviam nos seus castelos senhoriais isolados meio do campo e deslocam-se definitivamente para a cidade.
É na cidade que os reis e príncipes constroem as suas cortes, instalam as universidades e os burguesia possui a sede dos seus negócios.

As elites: nobres, eclesiásticas e burguesas. Habitam tipicamente num palácio.

Aspecto do palácio exteriormente:
 Planta quadrangular, 3 ou 4 pisos, que ocupa cerca de um quarteirão, possuindo 3/4fachadas exteriores. Feito de pedra, com poucas janelas nos pisos inferiores(protecção contra assaltos), mas já não há torres de vigia ou terraços ameados.
O interior contrasta com o exterior, as fachadas internas organizam-se em redor de um pátio central rasgadas por loggias à maneira romana ornamentadas com mármore, medalhões, cerâmica esmaltada e peças de estatuária. O pátio é o centro orgânico todo o resto do palácio se desenvolve simétricamente a este. O piso 0 é a área das serviçoscomo por ex. o escritório, a sala da guarda, a despensa. O piso 1 é o andar das dependências nobres e sociais e o terceiro onde se situa as zonas privadas.

Loggia é um elemento arquitetônico aberto inteiramente ou em um dos lados - como uma galeria ou pórtico - coberto e, normalmente, sustentado por colunas e arcos. Reflecte o luxo da decoração.


Patrocínio das artes

Os palácios das famílias mais ricas tornaram-se em verdadeiros centros culturais/artísticos e porquê? Sabe-se que os palácios retratavam o estilo de vida próprio das elites, em que se associava o luxo e o conforte aos prazeres mundanos: saraus, banquetes e bailes. Onde se ouvia poesia, música e teatro. Homens cultos como o próprio Lourenço de Médicis possuiam tertúlias intelectuais também chamadas de academias para as quais convidavam filósofos e literátos da época, outros amantes de artes atraíam artistas fazendo-lhes encomendas ou patrocinando o sua formação. Lourenço de Médicis possuia verdadeiras oficinas nos jardins do seu palácio onde passaram génios como Miguel Ângelo, Boticelli e outros.

Humanismo e a imprensa


Os humanistas foram escritores, filósofos e professores, procuraram na antiguidade exemplares das verdadeiras obras de intelectuais como Platão, Aristóteles e Cícero. Voltaram a estudar as línguas mortas : o latim clássico e o grego. A descoberta do mundo clássico também levou a uma paixão arqueológica que conduziu à pesquisa e estudo de inscrições, monumentos, esculturas e outros vestígios materiais da antiguidade. A experiência pessoal, da Razão e do espírito crítico foi valorizada na descoberta do homem e do mundo proposto pelos intelectuais do Humanismo constitui a consciência da modernidade. A preocupação da educação dos jovens, a utopia e a crítica social são temas constantes desta época. A imprensa surgiu na alemanha em 1440-50 e espalhou-se pela Europa até 1500, a impressa contribuiu para um grande desenvolvimento cultural e uma melhor difusão de ideias. Os primeiros livros a serem impressos eram de carácter religioso mas mais tarde as pessoas procuravam outro tipo de livro: os romances de cavalaria, livros de medicina e obras humanisticas da altura.
Concluímos que as principais vantagens da imprensa são a rápida expansão das tipografias, a maior facilidade no estudo e ensino, alargou os horizontes mentais e geográficos dos homens, dando-lhes uma mente mais aberta. O preço dos livros apesar de continuar a ser um produto de luxo baixou e tornou-se mais acessível a pessoas que anteriormente não podiam comprá-los pelo menos em tanta quantidade. Nobres, príncipes e burgueses tinham as suas próprias bibliotecas as quais eram motivo para se gabarem..






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